domingo, 25 de dezembro de 2016

Voltando a partilhar as minhas experiências



Voltei a escrever por um motivo bastante forte, quero guardar as memorias, quero um dia mostrar que foi difícil mas superamos, quero que os meus filhos saibam que por mais difícil que esteja sendo, nós estamos aqui, que os amamos e que não são um peso em nossas vidas, muito pelo contrario, devo aos meus filhos grande parte da minha força.
 Beatriz foi diagnosticada com autismo leve aos 12 meses, será que pode isso? já me perguntaram isso algumas dezenas de vezes, sim pode, Mateus é autista e foi diagnosticado com 3 anos, foi um diagnostico tardio já que eu já vinha notando diferenças desde os 11 meses, diferenças que não eram poucas e tão pouco normais mas fomos obrigados a esperar até que uma regressão acontecesse para haver uma providencia por parte do medico de família, o resto da história está aqui no blog.
 Pois bem, passamos ao motivo que me trouxe de volta, nos últimos dias tenho  a impressão que voltei no tempo e estou vivendo tudo de novo, as mesmas situações que a anos passamos com o Mateus se repete agora com a Beatriz, uma retracção que nunca mais é travada, sinto que um lado evolui anos luz e o outro se esconde cada vez mais, é difícil tira la de casa, há regras para usar o secador, batedeira de bolos, varinha magica e o aquecedor do banheiro, estranha tudo que está fora do contexto, passar em algum lado que tenha barulhos de ferramentas de construção nem pensar! 
Estamos de volta as correrias, as constantes cenas em que temos que sair as pressas de determinados lugares porque alguém se aproxima demasiado ou por causa de barulho estridentes.
 Terça feira passada saímos para visitar uma familiar, o dia foi agradável e até conseguiram me arrastar até a praia, o avô questionou o facto da Bia ser autista, na verdade é algo que acontece muito, até eu já fiz isso varias vezes, será que é mesmo? será? mas ela está tão bem! pois bem, o avô é só mais um que questiona sempre que pode, esse mesmo avô hoje pediu para que algo fosse feito a respeito dessa retracção toda principalmente em questão da sensibilidade auditiva, a avó ontem durante o jantar de Natal comentou que ela já não brinca quando vai a casa dela, já não quer ir ao parque que tanto gostava.
Eu não esperava que houvesse algo assim, demorei muito a me preocupar com a situação mas acordei depois de algumas situações que me chamaram a atenção e principalmente me lembrei que o instinto de mãe é mais forte que tudo e a minha filha não está bem, está recuando, fazendo o caminho contrario do que deveria, não é birra, não é mania de mãe super protetora, há uma retracção que tem que ser tratada, não dá para continuar fazendo de conta que vai passar ou que o autismo dela é tão leve que não precisa tomar as mesmas medidas que foram tomadas com o Mateus, há situações que precisam de imagens, calendários, antecipações de rotinas, aquilo tudo que já passamos.
 De todos os medos que tenho, um dos maiores é o de perder o olhar da minha filha, essa sensação é horrível não quero sentir de novo. 

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